I Encontro Nacional sobre os Povos Ciganos do Piauí é realizado na UFPI
O evento é o primeiro a ser realizado no Piauí com foco na população cigana do estado
O Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Piauí (PPGHB), em colaboração com o Centro de Educação Aberta a Distância da UFPI (CEAD/UFPI), realizou o "I Encontro Nacional sobre os Povos Ciganos do Piauí". O evento aconteceu durante os dias 7 e 8 de novembro e trouxe como tema "Povos Ciganos no Brasil e políticas públicas para a promoção da cidadania".
O evento ocorreu em formato híbrido durante seu primeiro dia, contando com a exposição de fotografias acerca das comunidades ciganas piauienses, realizada em frente ao Auditório Maria Salomé do Centro de Ciências da Educação (CCE/UFPI).
O seminário contou com a participação ativa de pessoas ciganas para construção dos debates.
O reitor da UFPI, o Prof. Gildásio Guedes, discursou na abertura do evento e reforçou que a Universidade é um espaço de e para todos os povos, que têm o direito de serem bem recebidos e atendidos na estrutura da Instituição. "Nossa visão é de uma Instituição que celebra a pluralidade, onde cada indivíduo encontra apoio para prosperar e contribuir para a construção de um ambiente acadêmico enriquecedor e respeitoso", pontuou o reitor.
O vice-diretor do CEAD/UFPI, Ildemir Ferreira, também se pronunciou durante a cerimônia inicial, destacando a importância de trazer visibilidade à causa cigana estadual. "Precisamos compreender, interagir e compartilhar conhecimento e crescimento mútuo para compreender as necessidades desses povos e o que pode ser feito", pontua o vice-diretor. "Estamos construindo uma UFPI para todos os povos, todas as etnias e todas as cores. Parabéns aos organizadores e a nossa dedicada equipe", finaliza.
O vice-diretor do CEAD, Ildemir Ferreira, e o reitor da UFPI, Prof. Gildásio Guedes marcaram presença no encontro.
O mestrando em História do Brasil pela UFPI e um dos idealizadores do seminário, Lenilson Portela, explica que, apesar dos desafios, a organização do encontro foi satisfatória por estabelecer contato direto com os povos ciganos piauienses.
"Trazê-los para a Universidade é uma oportunidade bastante ímpar tendo em vista que no estado do Piauí não temos nenhum movimento que dê conta da existência desses grupos", afirma o mestrando. "O evento serve, a partir desse ponto de vista, como um impulso inicial para que algo possa dar conta da realidade dessas pessoas, que muitas vezes são marginalizadas e que não conseguem ter acesso à direitos como saúde e educação e, quando têm, esses direitos não possuem a manutenção necessária", acrescenta o estudante de pós-graduação.
O encontro contou ainda com a participação da Coordenadora Geral de Políticas para Ciganos na Diretoria de Políticas para Quilombolas e Ciganos da Secretaria de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiros e Ciganos, Edilma do Nascimento, que representou o Ministério de Igualdade Racial (MIR) no evento. "É uma imensa alegria para nós contribuir com a primeira edição do seminário, fomentando o debate e diálogo para estreitar os laços entre o Estado e as comunidades ciganas", diz a representante.
Representando o Ministério da Igualdade Racial, Edilma do Santos participou do primeiro dia do seminário.
A coordenadora reforça que o objetivo é fortalecer a comunidade cigana, dando visibilidade as suas necessidades, dificuldades e enfrentamentos, incluindo a denúncia do racismo sofrido por essa comunidade. "Estamos aqui para fortalecer a voz e a presença dos povos ciganos, reconhecendo que não são invisíveis, pois os ciganos estão aqui", conclui Edilma.
Durante o segundo dia, o encontro ocorreu de forma remota, utilizando a plataforma Google Meet, e concentrou-se em simpósios temáticos que exploraram questões pertinentes aos povos ciganos. Além disso, foi realizado o lançamento do livro "Ciganos no Brasil: Cultura, Sociedade e Formas de Resistência", uma obra organizada pelo Prof. Dr. Francisco do Nascimento, pela Profª. Dra. Nilsângela Cardoso e pelo professor e mestrando Lenilson Portela.
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